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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Cidade do México (Atualidade)

Benedita Maria Sales Ramos


Artigo pesquisado na Internet

Cidade do México é a capital do Estado Asteca do México, uma aldeia indígena gigante, a maior do universo, é chamada também de Chilangolandia, Guachinton, D.F. El Defe, El Distrito, La Capirucha, ou La Cucaracha.
A cidade é conhecida pela sua poluta desordem e caos urbano, localizado no centro geométrico do México, é a única cidade na América do Norte que tem praias tanto no Oceano Atlântico como no Oceano Pacifico, e em 5 anos, a cidade deve alcançar o Oceano Indico pois ela não para de crescer.
O número da população da Cidade do México, não é conhecido exatamente, uma vez que estabelecer montantes numéricos exatos no México é ilegal, o que facilita desvio de verbas por parte do governo, mas pelo menos dá para saber que aquele caos é 10 vezes maior e poluído que São Paulo.
Até hoje a ciência não consegue explicar direito porque a Cidade do México tem tanta gente. O fato é que a população da Cidade do México desenvolveu uma curiosa capacidade de conseguir sobreviver por 50 anos sem respirar ar, sem sol, sem água e sem dinheiro.
Para conseguir sobreviver sob essas condições, a população da Cidade do México teve que apelar para o uso continuo e constante de álcool e heroína.
Governo
É na Cidade do México que está localizado o governo omisso do México, e também a prefeitura responsável por manter mais de 20 milhões de mexicanos em estado de histeria e insegurança.
O governo cobra impostos, e quem não pagar tem seu coração arrancado em praça publica em sacrifício para os deuses.
Educação
No geral, a população da cidade é formada por drogados sem neurônios e astecas especialistas em astronomia. A cidade orgulhosamente é lar da Universidad Nacional Autônoma de México, a maior universidade do mundo (em tamanho físico, em qualidade de educação, aí já é outra coisa).
Policia
A cidade do México segue políticas e filosofias fortes de conduta, que podem ser representadas pelas frases: “Sobrevivência do Mais Forte”; “Vale Tudo”; “Deus nos Acuda”; e “Salvem-se quem puder!”. Por isso a cidade é mundialmente famosa pelos altos índices de intimidação e ameaças com uma arma de fogo de alto calibre, assaltos à mão armada e seqüestro. E a policia é a mais mercenária do mundo.
Na Cidade do México, você pode ser seqüestrado e assaltado a qualquer hora do dia, de manha, de noite, fins-de-semana, feriados, em frente de delegacias. Os policiais só atendem aos chamados de políticos e atores e atrizes, por isso, se você for assaltar na Cidade do México, evite esse tipo de pessoa.

sábado, 1 de novembro de 2008

BREVE HISTORIA DO MEXICO

Trabalho de pesquisa realizado pelos alunos de Ensino Fundamental 8C e 8D do Colégio Sete de Setembro – Luzilândia-PI – Brasil

Chapultepec

Antonio Carlos Silva

Chapultepec (em nahuatl significa "colina do gafanhoto", o seu símbolo) é uma grande colina no limiar da zona central da Cidade do México, num dos extremos do Paseo de la Reforma, e uma zona turística muito especial para os mexicanos que data da era asteca, civilização que, na parte central da colina, aí se estabeleceu por volta do século XII. Na moderna Cidade do México, inclui o Bosque de Chapultepec, que consiste na totalidade da colina e zona circundante ao longo de 1600 acres (sendo o maior parque urbano da América Latina), onde se estabelecue também o Castelo de Chapultepec, comparável em sumptuosidade aos palácios da Europa, e onde viveram os imperador Maximiliano e a imperatriz Carlota do México –
Em 1833, em plena administração do presidente Anastasio Bustamante, depois do México conseguir a sua independência, o antigo palácio vice-real foi convertido em Colégio Militar.
Posteriormente, durante a Guerra Mexicano-Americana, em 1847, seis heróicos cadetes militares, de idades entre os 14 e os 20 anos, lutaram até à morte contra os invasores do Exército dos Estados Unidos da América; um deles, Juan Escutia, embrulhou-se na bandeira mexicana e saltou para morte, em detrimento da sua captura. Hoje são recordados como os Niños Héroes (Rapazes Heróis), ou os "Cadetes Heróicos" (ver batalha de Chapultepec), e homenageados em mármore branco no monumento à entrada do parque.
A Guerra Mexicano-Americana ocorreu entre os Estados Unidos da América e o México, entre 1846 e 1848. A guerra foi desencadeada pela anexação do Texas, anteriomente parte do México, pelos Estados Unidos. O México não reconheceu a anexação e reivindicou a região, alegando que o Texas era um Estado rebelde. Ao final da guerra, o México foi obrigado a ceder grandes regiões do norte do país para os Estados Unidos. Estas regiões compreendem a inteiridade dos atuais Estados americanos de Califórnia, Nevada, Texas e Utah, a inteiridade do Estado de Novo México (antes da Compra de Gadsden), e áreas dos Estados de Arizona, Colorado e Wyoming.

Evane Gomes Silva


Francisco I. Madero

Francisco I. Madero González, (Parras, Coahuila, 23 de Outubro de 1873 - Cidade do México, 22 de Fevereiro de 1913), foi um empresário agrícola e político mexicano.
Eleito presidente do México após a Revolução Mexicana de 1910. Foi morto durante um golpe de estado organizado pelo secretário da Guerra e Marinha pelo embaixador americano no México. Ao longo dos anos muito se tem especulado sobre qual o significado de "I.", segundo nome de Madero. Para alguns autores significa Ignacio enquanto que para outros será Indalecio. É possível que originalmente fosse Ignacio e que, ao assumir determinadas posições políticas e religiosas, para que não fosse relacionado com os jesuítas (note-se que fez os estudos primários num colégio jesuíta), tivesse mudado o seu segundo nome para Indalecio. No entanto, na sua acta de nascimento consta o nome Ignacio.
Biografia
Francisco Madero nasceu numa família abastada de origem portuguesa no municipio de Parras de la Fuente, estado de Coahuila, em 30 de Outubro de 1873. Foram seus pais, Francisco Madero Hernández e Mercedes González Treviño.
Durante a sua juventude estudou comércio e agricultura em Maryland, Versailles, Paris e na Universidade da Califórnia em Berkeley. Regressaria ao México para casar-se com Sara Pérez em 1903 e em 1909 fundou o Partido Nacional Antirrelacionista para derrubar Porfírio Díaz, que ocupava o cargo de presidente quase ininterruptamente desde 1877. Foi este mesmo partido que o nomeou como candidato à presidência da república, e após alcançar grande popularidade, o governo decidiu prendê-lo em San Luis Potosí, sob as acusações de rebelião e ultraje às autoridades. Conseguiu fugir para os Estados Unidos donde publicaria o Plano de San Luis, um apelo às armas que provocou a renúncia de Porfírio Díaz em 1911, e uma guerra civil que duraria perto de uma década e custaria a vida a mais de um milhão de mexicanos.
Durante a sua administração, Madero caracterizou-se por liderar um governo democrático mas pouco identificado com as classes mais desfavorecidas, o que provocaria vários levantamentos armados de entre os quais se destaca o protagonizado por Emiliano Zapata. Para combater estes levantamentos nomeou o general Victoriano Huerta, que em 1913 conspirou com Félix Díaz (sobrinho de Porfírio Díaz) e com Henry Lane Wilson (embaixador dos Estados Unidos da América no México) para derrubar Madero, num golpe de estado. Em 22 de Fevereiro de 1913, depois de ter sido obrigado a assinar a sua renúncia e apesar da promessa dos golpistas de pouparem a sua vida e permitirem o seu exílio em Cuba, Madero e o vice-presidente Pino Suárez foram executados na penitenciária da Cidade do México.
Depois da renúncia do presidente Díaz se formou um governo provisório encabeçado por Francisco León de la Barra que entregaria a presidência a Madero em 1911, no entanto dois anos depois Madero seria vítima de um golpe de estado encabeçado pelo general Victoriano Huerta. O efêmero governo maderista tinha sido incapaz de pacificar o país e os caudilhos enfocaram a luta na contramão do novo governo.

Maximiliano e Carlota do Mexico

Alysson Oliveira Rodrigues

Maximiliano de Habsburgo-Lorena (Viena, 6 de julho de 1832 — Santiago de Querétaro, 19 de junho de 1867) nasceu como arquiduque da Áustria e príncipe da Hungria e da Boêmia, mas renunciou a estes títulos para se tornar o imperador do México, encabeçando o Segundo Império Mexicano entre 1864 e 1867.
Primeiros anos
Fernando Maximiliano José de Habsburgo-Lorena nasceu no Palácio de Schönbrunn, na capital austríaca. Era o segundo filho varão do arquiduque Francisco Carlos e da princesa Sofia da Baviera. Entretanto, há boatos de que Maximiliano era, na verdade, filho biológico de Napoleão II (falecido em 1832), filho de Napoleão Bonaparte e de sua segunda esposa, Maria Luísa da Áustria.
Sofia e Napoleão II, titulado como duque de Reichstadt, tinham uma amizade íntima que provocou rumores na corte, os quais a arquiduquesa jamais se preocupou desmentir. Quando ela engravidou pela segunda vez, Napoleão II morreu de tuberculose.
Em Trieste, Maximiliano foi marinheiro por vários anos, vivendo bastante tempo em alto-mar; colaborou no triunfo de sua nação na guerra contra a Itália. Tendo conhecido a princesa D. Maria Amélia de Bragança, filha de D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) e D. Amélia de Leuchtemberg, ele teria planejado um matrimônio, mas D. Maria Amélia faleceu precocemente na Ilha da Madeira, em 1853. De luto com esta perda, Maximiliano passou a usar um anel contendo um cacho de cabelo da falecida princesa.
Em 27 de julho de 1857, Maximiliano contraiu matrimônio com Carlota da Bélgica, a única filha do rei Leopoldo I. O casamento, contudo, só ocorreu por interesses econômicos, pois ele precisava urgentemente de dinheiro para pagar suas dívidas da construção de um castelo em Trieste, na costa do mar Adriático. Para isso, utilizou o dote de Carlota.
Leopoldo I pressionou o imperador Francisco José I, irmão de seu genro, para que concedesse a Maximiliano o cargo de vice-rei do Reino Lombardo-Vêneto. Assim, ele completaria suas ambições dinásticas para sua filha. Viveram então na cidade de Milão até 1859, quando o imperador retirou-o do posto porque os planos de guerra não estavam nos ideais liberais de Maximiliano. Pouco a pouco, a Áustria-Hungria perdeu suas possessões na Itália, e o arquiduque decidiu retirar-se da vida pública em seu castelo de Miramar.
Imperador
Foi persuadido pelo imperador francês Napoleão III e por realistas mexicanos a aceitar a coroa do recém-fundado Império Mexicano (1864-1867).
A Aventura de Maximiliano de Habsburgo - como foi chamada no México - não passou de um triste episódio de interesses criados, ingenuidade e desespero. Os conservadores viram em sua pessoa a possibilidade de manter um sistema político que lhes era cômodo e que lhes parecia seguro por contar com o apoio da França, da Inglaterra e da Santa Sé. O arquiduque austríaco, por sua vez, de certo modo condenado a ser sempre o irmão do imperador da Áustria, aceitou o papel que lhe era oferecido desempenhar em um país completamente desconhecido para ele e submerso numa profunda crise política.
Devido a suas tendências liberais, logo perdeu o apoio dos conservadores. Foi alvo da hostilidade dos seguidores de Benito Juárez, os republicanos, ao ordenar a execução sumária de seus líderes (1865). A única proteção de Maximiliano era a presença de tropas francesas; quando estas se retiraram (1866-1867), ele assumiu pessoalmente o comando de seus soldados. Após um cerco em Santiago de Querétaro, foi capturado, aprisionado, julgado por uma corte marcial e fuzilado juntamente com seus generais Tomás Mejía e Miguel Miramón.
Com sua morte, a pretensão ao trono mexicano foi reivindicada por dois ramos distintos. Os Habsburgo-Itúrbide, por adoção dos netos do primeiro imperador do México Agustín de Iturbide, e outro ramo os Habsburgo-Gueroust.
Carlota do México
Maria Carlota Amélia Augustina Vitória Clementina Leopoldina (Laeken, 7 de junho de 1840 — Bruxelas, 19 de janeiro de 1927), também conhecida como Carlota do México, foi a única filha de Leopoldo I, rei dos belgas, e a esposa do arquiduque Maximiliano da Áustria, que, em 1864, tornou-se imperador do México.
Após recusar o pedido de casamento do rei de Portugal, a princesa Carlota da Bélgica deu a mão em matrimônio ao arquiduque Maximiliano Fernando da Áustria. Após Maximiliano governar a região de Veneza na Itália, que pertencia na época à Áustria, foi convidado a assumir o trono do México, restaurado pelos conservadores mexicanos e mantido com a força militar da França, governada na época pelo Imperador Napoleão III. Maximiliano e Carlota aceitram a oferta e chegaram no México em 1864. Contudo, em 1867 Napoleão retirou suas tropas do país deixando o regime numa situação insustentável. Carlota partiu para a Europa com o intuito de angariar apoio ao Império. Contudo, após a negativa de Napoleão, a imperatriz começou a ter diversos colapsos nervosos e enlouqueceu definitivamente ao tomar notícia da morte do marido.
Passou sessenta anos confinada no Castelo de Bouchout, falecendo em 1927.


TOLTECAS

Maria José Sales

Tula
Nesta área arqueológica estão as ruínas da civilização tolteca, que possuia avançados conhecimentos de Astronomia e Medicina. Desenhos de deuses, animais e figuras mitológicas lá estão como testemunhas silenciosas de um império que chegou ao fim.
A antiga capital dos toltecas, povo nômade que habitou o México no século IX, revela pistas importantes sobre o comportamento e as crenças de seus habitantes. A figura do deus-serpente quetzalcoatl aparece a todo instante nas construções do local. No centro da zona arqueológica, onde muitos monumentos foram restaurados, há ruínas de uma pirâmide que servia de suporte para um templo. Os atlantes, figuras humanas que carregavam construções nas costas, são encontrados em duas colunas no topo da pirâmide. Originalmente com mais de 4 metros de altura, eles sustentavam parte do telhado do templo. Há requícios em Tula de dois campos destinados a prática de jogos com bola, um hábito de vários povos pré-colombianos. Tudo indica que os Toltecas eram um povo guerreiro. Além disso, praticavam o sacrifício humano para aplacar a ira do Deus Tezcatlipoca.
Fim do Império Tolteca
Com o aparecimento dos chichimecas, povo bárbaro que deu origem posteriormente ao Império Asteca, provocou a queda do Império Tolteca. Eles ivadiram Tula, no século XII, dominando-a por completo. Os sinais de guerras e de conflitos podem ser percebidos nas ruínas de monumentos e construções. Os toltecas que sobreviveram à ira dos inimigos fugiram para outras regiões do México. Deixaram para trás um império notável que introduziu na América o calendário, a escrita e o trabalho em metal.
Localização: A 80 Km da Cidade do México

Motecuhzoma Xocoyotzin

Rafaella Silva

Moctezuma II (também chamado Motecuhzoma Xocoyotzin) (1466-1520) foi um governante (tlatoani) asteca. Seu governo iniciou por volta de 1502 e findou em 1520.
Nota: - a grafia Montezuma, para designar este imperador, é a mais difundida. Diversas cidades norte-americanas, e uma no Brasil, têm este nome em homenagem ao Imperador Asteca - além de ter sido um nome adotado por muitos.
Nome
Algumas vezes é chamado apenas de Moctezuma. Montezuma é uma forma antiga de denominação, ao passo que Moctezuma tem sido usado pela língua espanhola. Motecuhzoma é seu nome original no idioma nahuatl, e significa "ele, que se torna governante por sua cólera". Vem da junção de mo = terceira pessoa (indicando posse); tecuhtli, "senhor"; e zoma, "zangado" ou "de olhar carrancudo". O uso de "segundo" é para distingui-lo de outro Moctezuma (chamado de Moctezuma I). Outra forma de diferenciá-los é que "Moctezuma I" era chamado Motecuhzoma Ilhuicamina (em nahuátl = "solitário que lança uma flecha ao céu"), enquanto "Moctezuma II" era chamado Motecuhzoma Xocoyotzin (Xocoyotzin significa "o honrado ").
Antecedentes
Moctezuma II, herdeiro de Auitzotl, era o governante da cidade de Tenochtitlán. Sua personalidade era mais a de um literato (em nahátl, tlatimine) que a de um guerreiro. Ele era um sacerdote e chefe da Calmecac, a escola das classes superiores.
Em 1502, depois de assumir o poder, ele demitiu a maioria das autoridades e substituiu-as por ex-alunos seus. Para se distanciar das pessoas comuns criou um elaborado ritual, que intriga os estudiosos. Ele criou um templo especial, dedicado aos deuses das cidades conquistadas, no inteior do templo de Huitzilopochtli. Durante seu reinado, ele aumentou o poder da cidade de Tenochtitlán para, posteriormente, dominar as cidades irmãs de Texcoco e Tlatelolco.
Contato com os espanhóis
Diz uma lenda que surgiram oito sinais, nos dez anos anteriores à chegada dos conquistadores espanhóis, indicando que o império asteca entraria em colapso:
1. um cometa apareceu no céu durante o dia.
2. uma coluna de fogo (possivelmente o cometa) apareceu no céu noturno.
3. o templo de Huitzilopochtli foi destruído pelo fogo.
4. um raio atingiu o templo de Tzonmolco.
5. Tenochtitlán sofreu uma inundação.
6. estranhas pessoas com várias cabeças porém um só corpo foram vistas caminhando naquela cidade.
7. uma mulher foi vista pranteando lamúrias pelos astecas.
8. um estranho pássaro foi capturado. Quando Moctezuma fitou seus olhos, que funcionavam como espelhos, ele viu estranhos homens aportando à costa.
Na primavera de 1519, ele recebeu as primeiras notícias de estranhos chegando à costa de seu império. Moctezuma enviou um embaixador com duas roupas, uma do deus Tlaloc, e outra do deus Quetzalcoatl. Cada um destes deuses astecas tinha seus atributos: Tlaloc tinha uma máscara que fazia parecer que usasse óculos; já Quezalcoatl tinha uma máscara com uma barba. O embaixador asteca, ao ver o espanhol Hernán Cortés, achou que o conquistador tinha os atributos de Quezalcoatl, e vestiu-o como o deus. Em seguida, informou Moctezuma a respeito. Cortés decidiu marchar até Tenochtitlán. Moctezuma tentou evitar sua aproximação mandando mais presentes, porém a miragem do ouro era irresistível para os espanhóis. Moctezuma também enviou mágicos, sacerdotes, e mesmo um de seus embaixadores, Tzihuacpopoca, que fingiu ser o imperador. Moctezuma enviou ainda mais presentes quando Cortés se aproximou de Tenochtitlán. O contador do reino asteca registrou:
- Eles deram aos espanhóis peças de ouro, penugens da ave quetzal e gargantilhas de ouro. E quando lhes deram isso, suas faces eram de sorrisos, eles (os espanhóis) estavam maravilhados(...).
A 8 de novembro de 1519, Moctezuma encontrou Hernán Cortés, a quem acreditava ser o deus Quetzalcoatl. Quando Cortés chegou em Tenochtitlán, Moctezuma presenteou-o com flores de seu próprio jardim, que era a mais alta honraria que poderia oferecer. Cortés ordenou-lhe que suspendesse todos os sacrifícios humanos: Moctezuma concordou, o sangue do templo foi lavado, e as imagens de deuses astecas foram substituídas por ícones do cristianismo. Moctezuma até mesmo concordou em ser batizado e declarou-se um súdito do rei Carlos I da Espanha. Moctezuma recebeu Cortez no palácio de Axayacatl com todos os seus homens e 3000 indígenas aliados.
Justa indignação
Relata-se que, depois de submeter-se aos espanhóis, Montezuma estudava cuidadosamente a religião cristã, possivelmente com o fim de incluir sua figura maior, o Cristo, no panteão de deuses que adorava.
Ao ser informado sobre a cerimônia da eucaristia explodiu indignado diante de Cortês :
Mas quem és tu, vil criatura humana como eu, que te permites comer a carne de deus e beber o seu sangue ?!
Pode-se compreender a indignação do imperador já que, ao contrário dos cristãos, os astecas ofereciam o seu sangue e o seu coração aos seus deuses, tomando Cortês como um monstro que se permitia devorar seu deus.
Embora houvesse muita boa vontade por parte de Montezuma em aceitar a religião que se lhe impunha, havia enorme dificuldade de compreendê-la, pois, como homem muito religioso, desejava sinceramente convencer-se. Em outra ocasião, conta-se, teria verbalizado a seguinte confusão :
Se os homens de sua tribo sacrificaram Cristo para o seu deus, por que adoram a ele, vítima sacrificial, e não ao próprio deus ?
Após a morte de Moctezuma
Os sacerdotes de Montezuma previram a chegada de Cortés, em 1519, como a volta do legendário deus-rei Quetzalcóatl, vindo do leste. Isto causou uma certa hesitação e indecisão de sua parte, explorada por Cortés, que o fez refém e forçou-o a negociar com seu povo. Devido à sua proposta de instituir o pagamento de tributos à Espanha, foi deposto em 1521 e atacado pelos espanhóis. Foi ferido, morrendo três dias depois, tendo sido sucedido por Cuitláhuac.
Cuitláhuac morreu pouco tempo depois de varíola, e foi substituído pelo sobrinho de Moctezuma, Cuauhtémoc, um jovem de 19 anos, que sempre se opôs aos espanhóis. Ele conclamou o povo asteca a resistir de qualquer maneira, mas no ano seguinte, em 1522, o Império Asteca já sucumbira totalmente ao controle espanhol. Durante o período da conquista, a filha de Moctezuma, Techichpotzin, se tornou a herdeira da riqueza do rei, recebendo o nome cristão de "Isabel". Posteriormente se casou com vários espanhóis.

Guerra contra o México (1846-48)

Maria de Nazaré Gomes dos Santos

Ocorre que, transpondo o Mississippi, aqueles planos e vales imensos invadidos pelas caravanas pertenciam ao México, ainda que por lá a presença das suas autoridades fosse rarefeita. Isto conduziu a que os Estados Unidos terminasse por apoiar a guerra dos colonos texanos, liderados por Sam Houston contra o governo do general Santa Anna. Guerra deflagrada pelos americanos em 1836, em aberto repúdio ao decreto que abolia a escravidão nas terras mexicanas.
Dez anos depois, foi a própria União quem, durante a presidência de James K. Polk, eleito em 1844, a pretexto de proteger o Texas, se encarregou de invadir o México e, logo após ocupar-lhe a capital - bloqueando antes os portos de Vera Cruz e outros, vencendo as batalhas de Padierna, Churubusco, Molino del Rey, e quebrando a heróica resistência final dos cadetes mexicanos na defesa do Castillo de Chapultepec - arranjar um modo para o que seu governante (don Manuel de la Peña y Peña, presidente provisório) firmasse o Tratado Guadalupe Hidalgo, aprovado por uma assembléia reunida em Queretaro, em 2 de fevereiro de 1848.
A justificativa norte-americana para travar a guerra de anexação é que a população havia aumentando de uma maneira espantosa, fazendo com que os 5 milhões de habitantes registrados no censo de 1800, saltassem para 23 milhões ao redor de 1850.
Para o México as perdas territoriais foram enormes: não só cedeu o Texas em caráter definitivo aos Estados Unidos (tornou-se o 28º estado da União) como entregou o território do Novo México e o da Califórnia. O país viu-se mutilado em metade do seu território original e os Estados Unidos engrossado por uma área bem superior a maioria dos estados europeus, permitindo-lhe a formação do império transcontinental (***).
Comentando em verso aquela situação de vitória total dos norte-americanos, uma das maiores anexações territoriais praticadas na história, Walt Whitman sem remordimentos escreveu:

"Como o México é miserável e ineficiente – com sua superstição e sua burlesca liberdade – a sua atual tirania de alguns sobre os muitos/ O que tem em haver com a grande missão de povoar o Novo Mundo com uma nobre raça?/ Pertence a nós alcançar tal missão!
(***) em troca de 15 milhões de pesos, os Estados Unidos anexaram uma área de 2 milhões de km².

Guerra da Independência do México

Gilmara de Amarante Farias

Depois de quase três séculos sob domínio colonial espanhol, os habitantes do Vice-Reino da Nova Espanha começaram a exigir a independência da sua nação devido a divergências políticas e religiosas com a coroa. No início do século XIX este sentimento ganhou força entre a elite da Cidade do México e, depois de algumas tentativas falhadas, a guerra foi declarada na madrugada de 16 de Setembro de 1810 pelo padre Miguel Hidalgo y Costilla na paróquia de Dolores Hidalgo, estado de Guanajuato (esta declaração ficou conhecida como Grito de Dolores).
O conflito prolongou-se por oito anos e esteve longe de ser um movimento homogéneo. Começou quase como se de uma guerra religiosa se tratasse sendo liderada por sacerdotes. No entanto passado pouco tempo tornou-se uma guerra republicana, tendo o exército realista praticamente posto fim à contenda após um par de anos. A luta independentista passou então a fazer-se sob a forma de uma guerra de guerrilha confinada às montanhas do sul até que um hábil coronel realista de nome Agustín de Iturbide negociou alianças com quase todas as facções combatentes (incluindo o governo do vice-reino) tendo conseguido a independência de uma forma relativamente pacífica em 27 de Setembro de 1821, ainda que o reconhecimento formal de Espanha só tenha ocorrido em 28 de Abril de 1836.
A antiga colónia espanhola passou a ser, de forma bastante efémera, uma monarquia constitucional católica com a designação de Império Mexicano o qual, após a independência das províncias da América Central bem como de alguns conflitos internos, se converteria numa república federal.
As forças rebeldes de todo o México juntaram-se ao exército de Iturbide. Quando a vitória dos insurgentes se tornou aparente deu-se a renúncia do Vice-rei. Em 24 de Agosto de 1821, foi assinado, por Iturbide e representantes da coroa espanhola, o Tratado de Córdoba, que reconhecia o México como nação independente segundo os termos do plano de Iguala. Iturbide, que havia sido um realista leal, convertera-se no paladino da independência mexicana. Iturbide incluiu um artigo no tratado que possibilitava ao congresso escolher um rei criollo se nenhum membro da realeza europeia aceitasse o trono mexicano. Este artigo permitiu a Iturbide subir ao trono mexicano, dando início ao primeiro Império Mexicano.

Agustín de Iturbide

Por Clauderlene Santana Silva

Cosme Damián Agustín de Iturbide y Arámburu, (27 de Setembro de 1783 - 19 de Julho de 1824) político e militar mexicano cujas campanhas foram decisivas para a independência do México e América Central. Imperador do México com o nome de Agustín I.
A independência
O triunfo da revolução liberal de Rafael de Riego em Espanha em 1820 desencadeou no México vários temores: por um lado, os sectores conservadores desejavam evitar a aplicação das medidas radicais impulsionadas pelos deputados na Corte de Madrid, por outro, os liberais mexicanos quiseram aproveitar o restabelecimento da Constituição de 1812, para obter a autonomia do vice-reino. Os primeiros, nas suas reuniões na igreja de la Profesa (chamadas pelos historiadores liberais "Conspiração de la Profesa"), eram liderados por Matías de Monteagudo e convenceram o Vice-rei Juan Ruiz de Apodaca a designar Iturbide comandante geral do sul. Entretanto, os liberais planeavam que o compadre de Iturbide, Juan Gómez de Navarrete, recém-eleito deputado nas Cortes, promovera um Plano de Independência em Madrid, que consistia em chamar um dos membros da família real ao México para o governar. Ao mesmo tempo que isto acontecia, Iturbide marcharia para sul com as suas tropas, supostamente para combater o general Vicente Guerrero, um dos poucos dirigentes independentistas que restavam, mas também para o convencer a juntar-se a um novo plano que conciliava tanto os interesses e posições dos liberais como dos conservadores.
Durante esta campanha aconteceram os últimos combates entre realistas e insurgentes no México: Pedro Ascencio, lugar tenente de Guerrero, destroça a retaguarda de Iturbide próximo de Tlatlaya em 28 de Dezembro de 1820; cinco dias mas tarde o próprio Guerrero vence uma coluna subalterna comandada por Carlos Moya próximo de Chilpancingo; em 21 de Janeiro de 1821 ocorre nova escaramuça num sítio chamdo Espinazo del Diablo. Este último confronto, de escassa importância militar, tem significado histórico por se tratar do último combate entre independentistas e realistas.
Finalmente, Iturbide consegue convencer Guerrero e os dois chegam a um acordo em 13 de Fevereiro de 1821 na povoação de Iguala. Como consequência deste acordo, é proclamado o Plano de Iguala ou das Três Garantías, um programa político que agradava tanto aos tradicionalistas católicos como aos liberais, que declara a independência, um regime monárquico constitucional (cujo trono é oferecido a Fernando VII de Espanha ou a um dos seus irmãos), e a exclusividade da religião católica sem tolerância de qualquer outra. Para sustentar o plano, é formado o chamado Exército Trigarante que reúne as tropas de Iturbide e dos insurgentes e ao qual iriam juntando pouco a pouco a maioria das demais guarnições realistas do país.
Em 24 de Agosto de 1821 Iturbide assina o Tratado de Córdoba com Juan O'Donojú, Tenente General dos Exércitos de Espanha, que sucedera ao vice-rei Apodaca como máxima autoridade espanhola no México. Em 27 de Setembro o Exército Trigarante entrou na Cidade do México. No dia seguinte, uma junta de 38 membros, presidida pelo próprio Iturbide, proclama a Acta de Independencia del Imperio Mexicano e constitui uma Regência de cinco membros, também presidida por Iturbide e de que fazia parte O'Donojú. A Junta Provisional Gubernativa nomeia ainda Iturbide Generalíssimo com um salário de 120,000 pesos anuais, um milhão de capital, 20 léguas quadradas de terrenos no Texas passando a ser tratado de Alteza Sereníssima.
Em 25 de Fevereiro de 1822 inicia-se a actividade do Congresso Constituinte, que cedo entrará em conflito com a Regência: o Congresso proclama-se como único representante da soberanía da nação, proíbe os gastos não autorizados por ele, e elimina os empréstimos forçados. Mas no dia 18 de Maio ocorre um motim no regimento de Celaya exigindo que Iturbide seja eleito imperador; outras unidades da guarnição da capital juntam-se à sublevação. Sob esta pressão, na manhã do dia seguinte o Congreso proclama Iturbide imperador, sendo coroado com o nome de Agustín I.
Alguns, poucos, republicanos continuarão a sua oposição, e algumas guarnições espanholas ainda resistem. Uma conspiração contra o governo é descoberta em Agosto de 1822 e a 26 desse mesmo mês Iturbide manda deter vários deputados implicados. A oposição do Congresso e a sua incapacidade para constituir a nação proporcionam a Iturbide argumentos para a sua dissolução em 31 de Outubro. Em seu lugar e com o apoio de alguns deputados, como Lorenzo de Zavala é criada uma Junta Instituente encarregada de redigir uma constituição. Em Dezembro o general Antonio López de Santa Anna (quem, além de ambicioso, estava associado aos republicanos) levanta-se em armas contra o imperador e a favor da instituição de uma república. A 6 de Dezembro Santa Anna e Guadalupe Victoria proclamam o Plano de Veracruz, exigindo a reinstalação do Congresso. Em 24 de Janeiro de 1823 Vicente Guerrero e Nicolás Bravo pronunciam-se a favor do Plano de Veracruz. Entretanto, Iturbide enviou o general Echávarri contra Santa Anna; no entanto Echávarri não consegue controlar os republicanos, de modo que, antes de ser destituído pelo imperador, proclama o Plano de Casamata a 1 de Fevereiro, com o qual pretendia manter o imperador no trono e convocar um novo congresso, no entanto, as pressões exercidas sobre Iturbide por parte dos seus opositores políticos na Cidade do México obrigam-no a reunir o mesmo congresso que havia dissolvido antes e a abdicar ante este, em 19 de Março de 1823.

A CONQUISTA DO MÉXICO

Estefane de Sousa

Introdução

As antilhas já não satisfaziam mais os desejos dos conquistadores, que logo passaram a desejar conquistar novas terras que fossem mais ricas e mais difíceis. Os índios desejosos de verem-se livres dos colonizadores espanhóis, passaram a incentivar aos invasores dizendo-lhes que para o oriente, para o norte ou para o sul existiam grandes reinos onde havia abundância de ouro.
Em 1517 Francisco Córdoba descobriu a península de Yucatán, onde encontrou forte resistência dos índios. Em seu retorno deu informações da rica cultura dos maias, cujo deus era a serpente emplumada (Culculcán).
Pouco tempo depois Francisco Córdoba e Juan de Grijalva exploraram a costa do México e trouxeram boas notícias do Império Asteca.
Diogo Velasquez que era o governador de Cuba ficou bastante inspirado com as informações e organizou uma expedição para explorar e conquistar a região, e nomeou Hernán Cortés para dirigi-la.

1. HERNÁN CORTÉS
Hernán Cortés era um tabelião que acompanhou o governador Diogo Velasquez na conquista de Cuba em 1511, tendo recebido como recompensa grandes propriedades, tendo se instalado e feito fortuna em Cuba.
Após a indicação do seu nome pelo governador vendeu as suas terras e propôs financiar a expedição com o próprio dinheiro.
Um dia passeavam no porto Velásquez e Cortés quando um desconhecido correu para o governador e gritou: “Excelência, cuidado com Cortés! Chegará o dia em que tereis de o perseguir!”.
Este fato consumou-se logo em seguida porque Cortés se apressou em iniciar a viagem e partiu sem avisar ao governador.

2. A EXPEDIÇÃO
Cortés se fez acompanhar de cerca de quinhentos oficiais e soldados, cerca de cem marinheiros, centenas de criados indígenas, quatorze canhões e vários cavalos.
Os cavalos se revelariam preciosos, porque espalharam o pânico entre os indígenas do continente, uma vez que eram totalmente desconhecido na América.

3. A ROTA
A esquadra seguiu as costas de Iucatão; chegando a foz do rio Rabasco, no golfo do México, a oeste da península. Cortés decidiu desembarcar. Os indígenas se mostraram hostis e Cortés foi obrigado a travar duro combate. Quando perdia a luta apareceu a cavalaria aterrorizando os indígenas e assegurando a vitória.
Cortês tomou solenemente posse do país em nome do rei da Espanha. Depois batizou inúmeros indígenas quanto foi possível.
Seguindo viagem Cortés desembarcou novamente na ilha de San Juan de Ulua. Neste local tomou conhecimento através de um chefe indígena, da existência de poderoso soberano chamado Moctezuma, que reinava no império Asteca. Cortés refutou dizendo que o seu soberano era o rei mais poderoso do mundo e que enviava, pôr seu intermédio, uma mensagem a Moctezuma, dizendo que desejava encontrá-lo.
Algum tempo depois Cortés recebeu uma embaixada dos Astecas que lhe trouxeram presentes de grande valor, especialmente um capacete cheio de ouro em pó e dois discos, um de ouro e outro de prata, simbolizando o Sol e Lua, o que deixou os espanhóis estupefatos e impressionados. Estava descoberto o caminho para a capital do imperador asteca.
Fundou uma colônia neste local de desembarque chamando-a de Vera Cruz, em seguida queimou os seus navios, para que nenhum de seus homens imaginasse poder regressar a Cuba.
Em 16 de agosto de 1519, embrenhou-se à pé, pelo interior, a fim de procurar a capital do misterioso imperador dos Astecas.

4. OS ASTECAS
Ao chegar no México os astecas tiveram que combater com diversos povos, assim fundaram na parte ocidental dos bancos de areia do lago Texcoco uma cidade chamada Tenochtitlan, pôr volta de 1325. Era um povo sem muita expressão até o século XV, a partir daí fizeram aliança com as tribos vizinhas passando a liderá-las. Aumentaram significativamente os seus territórios. Submeteram tribos e mais tribos que pagavam tributos a Tenochtitla até dominarem uma grande parte do atual México.
A cidade ficava rodeada de águas e era cortada pôr canais. A canoa era o meio de transporte mais utilizado.
Os Astecas cultivavam flores, legumes, milho, batatas, tomates e outros produtos agrícolas. Produziam tecidos, pedras preciosas, remédios, tabaco. Dedicavam-se também ao tráfico de escravos, vendiam-se tanto como, em Portugal, os africanos da Guiné. Os Astecas eram conhecidos pelo seu amor pelas flores, muito usadas em suas festas e cerimônias religiosas.
Os Astecas prestavam culto a deuses sanguinários. Estes deuses se não fossem abastecidos com sangue humano, que era espalhado pelas pirâmides em escadaria, o Sol não nasceria todas as manhãs.
Outros deuses eram mais pacíficos principalmente os que foram herdados dos Toltecas (A Serpente Emplumada, a Estrela da Manhã, o Vento, etc.)
Observava-se entre os sacerdotes que eram os intelectuais do país, uma certa tendência para o monoteísmo. Mas este movimento nunca conquistou as massas. Haviam ainda diversas cerimônias e rituais pagãos que ocupavam a vida dos Astecas. Seus templos eram construídos de pedra e argila seca. Os fogos dos sacrifícios ardiam neles dia e noite sob o rufar dos tamborins. O mais importante deles era erigido a Huitzipochtlan o “deus da guerra”. O povo Asteca era muito religioso e acreditava que se não fizesse os sacrifícios seriam castigados pelos deuses. Deste modo sacrificavam vidas para que a comunidade fosse feliz.
A sua população foi avaliada pelos cronistas espanhóis em cerca de trezentos mil habitantes pôr volta do século XVI.

Revolução Mexicana

Maria José Cardoso

A Revolução Mexicana foi o movimento armado, social e cultural iniciado no México, em 1910, por causa da ditadura do General Porfírio Díaz e que culminaria oficialmente com a promulgação de uma nova constituição sete anos depois, ainda que os surtos de violência continuassem até finais da década de vinte. O movimento teve grande impacto nos círculos operários, agrários e anarquistas internacionalmente, pois a constituição de 1917 foi a primeira no mundo a reconhecer as garantias sociais e os direitos coletivos dos trabalhadores.
A luta armada começou depois da fraude eleitoral perpetrada em 1910 pelo General Porfírio Díaz Mori, que se tinha mantido de maneira quase ininterrupta na presidência do México desde 1876. A presidência de Díaz se tinha caracterizado por impulsionar a industrialização e pacificação do país a custo da exploração das classes camponesa e operária, concentrando a riqueza, o poder político e o acesso à educação num punhado de famílias possuidoras de grandes latifúndios e em algumas empresas de origem estrangeira, principalmente francesas, britânicas e estadunidenses.
Nas eleições de 1910 Díaz tinha tido como adversário Francisco I. Madero, um rico empresário educado no estrangeiro que simpatizava com as reformas sociais que desde vários anos eram promovidas por intelectuais como Antonio Horcasitas ou os irmãos Jesús e Ricardo Flores Magón. Díaz mandou prender a Madero enquanto fazia campanha em Monterrey e posteriomente o transladou a San Luís Potosí, enquanto Diaz pôde reeleger-se novamente à Presidência da República. Madero conseguiu fugir e exilar-se em San Antonio, Texas, onde redigiu o Plano de San Luís no qual convocava um levantamento armado que deveria ter início a 20 de Novembro de 1910 às 18:00 horas. Adicionalmente, o plano declarava nulas as eleições de 1910, não reconhecia o governo de Díaz, nomeava a Madero presidente provisório, restituía aos indígenas as terras que se lhes tinha apreendido mediante a Lei de baldios e estabelecia o princípio de não-reeleição para os postos políticos no país.
Diversos rebeldes e caudilhos populares responderam ao chamamento mas nunca formaram um movimento homogêneo nem compartilharam os mesmos ideais. Brigavam camponeses indígenas encabeçados por Emiliano Zapata, que reclamavam o roubo ancestral de suas terras, e as tropas de Pancho Villa, um foragido que estendeu os conflitos até o território dos Estados Unidos. A 20 de Novembro de 1910 se levaram a cabo treze confrontos em Durango, San Luís Potosí, Veracruz e Chihuahua. A luta contra o exército federal se estendeu por todo o país mas durou pouco, pois o presidente Díaz renunciaria cinco meses depois.
Depois de sua queda se iniciou uma luta fratricida entre rebeldes e ideologias que custaria a vida a um milhão de mexicanos, 10% da população total daquela época.

Miguel Hidalgo

Rafael Ferreira Gomes

Miguel Gregorio Antonio Ignacio Hidalgo y Costilla Gallaga Mondarte Villaseñor (8 de Maio de 1753 — 30 de Julho de 1811) foi um religioso liberal, considerado o pai da nação mexicana.
Hidalgo antes da luta independentista
Melhor conhecido no México como Miguel Hidalgo y Costilla, ou Pai da Pátria, é considerado o iniciador da independência do México. Nasceu na Hacienda de Corralejo, próximo de Pénjamo, estado de Guanajuato, em 8 de Maio de 1753. Aos 12 anos de idade parte para Valladolid (actual Morelia), para estudar com os jesuítas, mas com a expulsão destes do Reino Espanhol em 1767, entra para o Colegio de San Nicolás, na mesma cidade onde estuda teologia, filosofia e arte. Os seus companheiros alcunham-no de Raposa pela sua sagacidade e astúcia. Além do latim, francês e italiano aprende também o nahuatl, o otomí e o tarasco.
Aos 25 anos é ordenado sacerdote. Com 39 anos é nomeado reitor do Colegio de San Nicolás e dedica-se afincadamente ao estudo das teorias liberais que revolucionam a Europa de então. Devido a pressões das altas hierarquías eclesiásticas, é removido do seu cargo de reitor e colocado como pároco nas paróquias de Colima, San Felipe Torres Mochas e Dolores (no estado de Guanajuato). Instrui e forma os indígenas; ensina-lhes a apicultura, o cultivo da vinha e a criação do bicho da seda; cria uma olaria e uma fábrica de azulejos, organiza uma fábrica de curtumes e uma orquestra.
Hidalgo e a independência do México
Hidalgo- Familia nobre espanhola, desde então passou a ter poderes, pois todos os idolatravam. familia tipica nobre
De carácter afável e generoso, torna-se muito popular entre os seus fiéis, sendo convidado por Ignacio Allende a liderar o movimento independentista. Ao ser descoberta a conspiração prega aos seus paroquianos à porta da igreja de Dolores (16 de Setembro de 1810), liberta os presos e lança-se na luta levando consigo um estandarte da Virgem de Guadalupe, que toma do Santuário de Atotonilco. O seu grito de guerra é Viva la independencia, viva la Virgen de Guadalupe. Muera el mal gobierno (Viva a independência, viva a Virgem de Guadalupe. Morte ao mau governo).
As primeiras vitórias
À frente de 300 homens desorganizados e mal armados, avança até chegar a Celaya que cai sem resistência. Em poucos dias, as suas tropas consistem de mais de 30 mil homens, mulheres e crianças.
A 28 de Setembro entra em Guanajuato exigindo a rendição dos realistas que se haviam refugiado com víveres e armas na Alhóndiga de Granaditas (um edifício com estábulos e armazens). Os rebeldes conseguem tomar este local e assassinam os seus defensores, entre os quais se encontra o intendente Riaño, velho amigo de Hidalgo. Estabelece uma casa da moeda e manda fundir os canhões antes de pôr-se a caminho de Valladolid com 15 mil homens; chegado a Valladolid, declara a abolição da escravatura e convida os sacerdotes das paróquias vizinhas a unirem-se à sua causa.
O fim
Em Aculco sofre uma estrondosa derrota e decide ir para Guadalajara, em poder do sacerdote insurgente José Antonio "El Amo" Torres. Em Celaya manda fuzilar vários delatores e continua rumo à Nova Galiza (actual estado de Jalisco). Ao abandonar Guanajuato, os realistas passam pelas armas aqueles que haviam apoiado a rebelião. Como represália Hidalgo executa todos os prisioneiros de guerra espanhóis em seu poder. Em Dezembro de 1810 é declarado herege, apóstata e cismático. Ante a possível ofensiva dos realistas, deixa Guadalajara e enfrenta-os em Puente de Calderón, onde sofre a sua segunda grande derrota. Dirige-se então para Aguascalientes, com o objectivo de aí estabelecer o seu governo, em Janeiro de 1811.
É removido do comando militar, sendo substituído por Allende, conservando porém a liderança política. Desloca-se a Zacatecas e Saltillo para facilitar a compra de armas aos Estados Unidos. É traído por Ignacio Elizondo, antigo insurgente, que havia secretamente passado para o lado realista, sendo por este feito prisioneiro, juntamente com Allende e Juan Aldama, em Noria de Acatita de Baján, próximo de Monclova, em Coahuila. É transferido para Chihuahua onde, após um julgamento habilidoso, é desabilitado como sacerdote e fuzilado em 30 de Julho de 1811. As cabeças de Hidalgo e dos seus ex-companheiros Allende, Aldama e Jiménez, serão expostas na via pública em gaiolas penduradas nas quatro esquinas da Alhóndiga de Granaditas, onde permanecem até 1821, com o propósito de amedrontar os seus seguidores. Até ao fim, Hidalgo defende a independência e o direito que todo o cidadão tem, quando crê que a pátria está em risco de perder-se.
Em sua honra, o estado mexicano de Hidalgo e muitas localidades e ruas do México têm o seu nome.
Curiosidades
• Foi baptizado em Cuitzeo de los Naranjos em 16 de Maio de 1753. Teve três irmãos. Na sua juventude organizou uma banda de música, representou em algumas obras de teatro e era conhecido entre os seus amigos por Raposa, pela sua perspicácia.
• Teve cinco filhos: Agustina, Mariano Lino, María Josefa, Micaela y Joaquín.
• Na cerimónia de desabilitação eclesiástica, a Inquisição cortou-lhe as pontas dos dedos e a superfície das mãos.
• No dia da sua execução pediu para não ser vendado e para não ser fuzilado pelas costas (como era costume fuzilar os traidores). Pediu que disparassem sobre a sua mão direita que colocou cobre o coração. Foram necessárias duas sequências de disparos e um tiro de misericórdia para acabar com a sua vida, após o que um comandante tarahumara de apelido Salcedo, cortou-lhe a cabeça com um só golpe de machete, recebendo por isso uma gratificação de vinte pesos.
• Os seus restos mortais foram trasladados para a capital com todas as honras, após a instauração da Primeira República em 1824. Encontram-se actualmente depositados na célebre Coluna da Independência.

Lago de Texcoco

Maria Janaina Gomes da Silva

O lago de Texcoco era um antigo lago salgado situado no vale do México, a mais de dois mil metros de altitude. Tratava-se de um lago fechado sem qualquer curso de água emissário e formava, juntamente com os lagos de Xochimilco, Chalco, Xaltocan e Zumpango, uma bacia endorreica com cerca e 2 000 km² de superfície.
O lago Texcoco foi seco, de forma a resolver o problema das frequentes inundações dos povoados limítrofes. Hoje mais não resta do antigo lago, que algumas áreas de pântano salgado com alguns km².
Época pré-colombiana
A actividade agrícola em redor do lago iniciou-se há pelo menos 7 000 anos. Ao longo dos tempos várias culturas pré-colombianas estabeleceram-se nas suas margens. Provavelmente a mais importante terá sido a de Cuicuilco, fundada cerca de 1200 a.C. na margem sul. Este centro cultural te´ra atingido o seu apogeu entre 800 e 600 a.C., altura em que foi construída a sua famosa pirâmide cónica. Cuicuilco foi destruída pelo vulcão Xitle entre 100 a.C.e 150 EC. Especula-se que a destruição de Cuicuilco poderá ter proporcionado a ascensão de Teotihuacán, fundada cerca de 300 a.C.. Após a queda de Teotihuacán, entre 600 e 800 EC, surgem várias cidades em redor do lago de Texcoco, como Xoloc, Azcapotzalco, Tlacopan, Coyohuacan, Culhuacán, Chimalpa e Chimalhuacán - com forte influência tolteca e chichimeca. Nenhuma delas se elevou acima das suas vizinhas e permaneceram em paz por vários séculos. As crónicas astecas designam este período com a idade de ouro. Cerca do ano 1300, os tepanecas de Azcapotzalco começaram a dominar a região.
Cerca do ano 1325, os Mexica fundaram a cidade de Tenochtitlán sobre uma pequena ilha situada na parte oeste do lago. Com o passar do tempo ergueram vários diques que lhes permitiam por um lado controlar o nível das águas do lago e assim controlar as inundações e por outro obter água para consumo, graças à separação conseguida entre a água das chuvas e a água salgada do lago.
Criaram igualmente um sistema de ilhas e canais artificiais em redor da ilha central, as chamadas chinampas que lhes permitiam fazer cultivos e que auxiliavam ainda no controlo das inundações.
Após a chegada de Hernán Cortez e do cerco a que submeteu Tenochtitlán, os diques são destruídos. Por esta razão, durante o perído colonial até finais do século XVII, a Cidade do México foi numerosas vezes inundada. Eventualmente o lago foi drenado por meio de canais e de um túnel ligados ao rio Pánuco, mas mesmo assim as inundações continuaram a suceder-se, uma vez que a cidade se situava abaixo do nível freático.

Benito Juárez

Maria Auricelia da Silva

Benito Pablo Juárez García (San Pablo de Guelatao,Oaxaca, 21 de Março de 1806 – Cidade do México, 18 de Julho de 1872) foi um estadista liberal mexicano. Era filho de pais zapotecas, tendo sido o único presidente mexicano de origem totalmente indígena. Sua esposa foi Margarita Maza.
A história reconhece-o como o forjador da nacionalidade mexicana. Órfão muito cedo, ficou entregue a um tio. Devido aos maus tratos, foge para a cidade mais próxima e passa a estudar com a ajuda do seu padrinho. Conclui os estudos em Direito, disciplina na qual se doutora em 1834. Durante este tempo sustenta-se dando aulas, acabando por ser nomeado professor no Instituto de Ciências e Artes de Oaxaca, em 1848.
Liga-se à vida política, tendo vindo a ser juiz civil e juiz das finanças em 1844, e um ano mais tarde (1845) a ocupar o cargo de secretário do Governo. Na Revolução Liberal de 1846, que instaurou um triunvirato, tomou o poder como um dos triúnviros. Logo depois (1847-1852) ascendeu ao lugar de governador do estado de Oaxaca. A sua brilhante carreira foi interrompida pelo exílio decretado por Santa Anna em 1853. Passados dois anos estava de novo na política activa, desta vez como ministro da Justiça de Juan Álvarez (1855). O seu protagonismo político cresceu ainda mais quando foi eleito, em 1857, vice-presidente da República.
Benito Juaréz Garcia foi temporariamente derrubado pela facção conservadora liderada por Félix María Zuloaga, mas em Veracruz preparou o seu retorno triunfal, que veio a acontecer em San Miguel de Calpulalpan. E, em 1861 (31 de Janeiro), chegou ao cargo de presidente constitucional.
O panorama político mudou radicalmente com a chegada da expedição francesa enviada por Napoleão III, comandada por Bazaine, que proclamou o arquiduque Maximiliano da Aústria imperador do México. Juárez, instalado junto à fronteira com os Estados Unidos da América, preparou uma luta armada que se prolongou por três anos (1864-1867). O imperador acabou por ser derrotado em Querétaro e foi fuzilado. Após o fuzilamento de Maximiliano, foi reeleito presidente em 1867 e novamente em 1871. Perto do final da sua vida (1871) teve de combater uma revolta liderada por Porfírio Díaz e em Julho de 1872 morreu de apoplexia.

Malinche

Luana Ribeiro Nunes

Malinche (nascida em 1496 – morta em 1529, apesar de algumas fontes citarem o ano de 1551), também conhecida como Malintzin e Doña Marina, foi uma indígena (certamente da etnia Nahua) da costa do Golfo do México, que acompanhou Hernán Cortés e teve um papel decisivo no auxílio da Conquista do México, uma vez que falava ao menos três línguas.
A expressão la malinche! às vezes é utilizada no sentido de tradutor, traidor![1][2] no México e em países adjacentes. Isto é, universalmente, quando e se alguém atuar como intérprete ou tradutor, servindo de ponte entre dois ou mais grupos culturais e lingüísticos, presumidamente, ele ou ela pode ou deve ser tido como um inimigo e traidor de uma das partes, tratando-se nestas ocasiões do conceito clássico da confusão da mensagem com o mensageiro.

Cuauhtémoc

Elane S.Santana

Cuauhtémoc (1502 - 26 de fevereiro de 1525), também chamado Cuauhtemotzin ou Guatimozin, foi o último governador Asteca (Tlatoani) de Tenochtitlán e o último imperador asteca. Seu nome significa "águia que cai" na língua Nahuatl (cuauhtli significa águia; temoc, declinante) pode também ser interpretado como "sol se pondo".
Cuauhtémoc assumiu o poder em 1520, sucedendo Cuaitláhuac. Era sobrinho do imperador Moctezuma II, e sua jovem esposa era uma das filhas de Montezuma. Ascendeu ao trono quando sua cidade estava sendo sitiada pelos espanhóis e devastada por uma epidemia de varíola. Na época, tinha cerca de 18 anos. É provável que, após o massacre do templo principal de Tenochtitlán, poucos capitães astecas restavam.
Em 13 de agosto de 1521, Cuauhtémoc dirige-se ao campo para pedir reforços à decadente Tenochtitlán, após oito dias de contínuos de combate contra os espanhóis. De todos os Nahuas, apenas os Tlatelolcas permaneceram leais, e os Tenochcas sobreviventes procuraram refúgio em Tlatelolco, onde até mesmo as mulheres batalharam. Cuauhtémoc foi capturado enquanto, disfarçado, atravessava o Lago Texcoco. Ele rendeu-se a Hernán Cortés, oferecendo-lhe sua faca e pedindo para ser morto.
Cuauhtémoc, assim como Tetlepanquetzal (o Tlatoani de Tacuba), foi torturado, tendo seus pés queimados no fogo. Mesmo assim, recusou a revelar qualquer informação sobre os tesouros que os espanhóis cobiçavam. Cortés levou-o em sua viagem a Honduras, talvez porque temesse que Cuauhtémoc liderasse uma insurreição. Algumas crônicas indígenas registram que Cuauhtémoc tentara informar outras cidades sobre as intenções dos conquistadores, durante a viagem a Honduras, embora tivesse sido denunciado já que estes também temiam os Astecas. Bernal Díaz del Castillo descreveu uma versão mais elaborada da conspiração. Finalmente, Cortéz ordenou a morte de Cuauhtémoc em 26 de fevereiro de 1525.
Na atual cidade mexicana de Ixcateopan, no estado de Guerrero, reside um ossário que, supostamente, contém os restos mortais de Cuauhtémoc.
Muitos lugares do México têm o seu nome em memória de Cuauhtémoc. Estes incluem a Ciudad Cuauhtémoc no Estado de Chihuahua, o Cuauhtémoc, D.F., município do Distrito Federal Mexicano, e uma avenida e uma estação de metrô na Cidade do México.
É também um dos poucos nomes não-espanhóis (não-castelhanos) muito popular e que é dado a garotos mexicanos.
A Marinha do México dispõe também de um navio baptizado com o seu nome.
A Cervecería Cuauhtémoc é uma cervejaria mexicana bem reconhecida, tanto no México como em outros países.

Tlaxcaltecas

Gilberto Domingo da Rocha Filho

Os tlaxcaltecas eram um povo indígena, de etnia Nahua que habitava o reino de Tlaxcala situado no actual estado de Tlaxcala, México. Tlaxcala significa o lugar das tortilhas.
Os tlaxcaltecas nunca foram conquistados pelos astecas. Na realidade, os astecas permitiam-lhes manter a sua independência de modo a poderem participar com eles em guerras rituais (as guerras floridas, cujo objectivo era a captura de prisioneiros que eram depois sacrificados). Com a chegada dos espanhóis ao México tornaram-se aliados destes, tendo desempenhado um papel fundamental na invasão da capital do império asteca, Tenochtitlan, ao ajudarem os espanhóis a chegarem ao vale de Anáhuac e ao fornecerem um contingente à força de invasão.
Devido à sua aliança com a coroa espanhola durante a conquista do México, os tlaxcaltecas desfrutaram de alguns privilégios que os distinguiam dos outros povos indígenas, incluindo o direito ao porte de armas de fogo, ao uso de cavalos, a títulos nobiliárquicos e à governação autónoma dos seus povoados.
Foram ainda muito importantes no estabelecimento de vários assentamentos no norte do México, onde os espanhóis não conseguiam dominar as tribos locais. Assim, foram levados para áreas habitadas por tribos belicosas e nómadas (conhecidas globalmente como chichimecas), para servirem de exemplo aos grupos indígenas locais, como grupo sedentário de súbditos modelo da coroa espanhola, bem como para trabalhar nas minas e haciendas.
As colónias tlaxcaltecas na região chichimeca incluíam povoamentos nos actuais estados mexicanos de San Luis Potosí, Zacatecas, Durango, Coahuila e Nuevo León.

Leis de Reforma

Maria Jordania Sousa Lima


Antecedentes
Em 1857, a situação política do México deteriorara-se de tal forma que o primeiro congresso constitucional, que havia eleito Ignacio Comonfort como presidente da república e Benito Juárez como presidente do supremo tribunal de justiça, conferiu ao executivo poderes extraordinários. Estes poderes permitiam, inclusivamente, a suspensão dos artigos constitucionais relativos às garantias e liberdades individuais enquanto durasse a situação de instabilidade. No entanto esta, em vez de diminuir, aumentou progressivamente até ao deflagrar de uma das guerras mais sangrentas que o México conheceu.
A constituição de Março de 1857, permitiu acabar com alguns dos resquícios do regime colonial, no entanto foi a Guerra da Reforma o processo pelo qual os liberais conseguiram impor o seu conceito de modernidade. A ameaça de um possível golpe de estado e a incapacidade do presidente Comonfort em actuar firme e decididamente, precipitou o início do conflito armado. Em 17 de Dezembro de 1857 Félix María Zuloaga proclamou o Plano de Tacubaya, segundo o qual a constituição deixava de vigorar e Comonfort seguiria à frente do executivo, governando com amplos poderes; convocava ainda um congresso extraordinário que deveria redigir uma nova constituição de acordo com a vontade da nação e terminava os cargos de todos aqueles que não estivessem de acordo com este plano.
Pressionado pelas circunstâncias, Comonfort decidiu juntar-se aos sublevados. Parte dos seus colaboradores renuncious aos seus cargos, enquanto que Benito Juárez, presidente do supremo tribunal, Isidoro Olivera, presidente do congresso e alguns deputados foram encarcerados. Os estados da república dividiram-se entre aqueles que apoiavam o plano de Tacubaya e os que defendiam a ordem constitucional vigente.
Por seu turno, os conservadores pressionaram Comonfort para que este revogasse as reformas liberais, ao que este não acedeu. Rapidamente, tentou então a reconciliação com a ala liberal, libertando Benito Juárez e levando a cabo confrontos armados com os conservadores dos quais saíria em posição díficil. Ante a inutilidade da resistência decidiu não prosseguir a luta e abandonou o país deixando-o imerso numa guerra civil.
As leis decretadas a partir de Veracruz, conhecidas como as Leis da Reforma, estabeleciam o fim da separação entre a igreja e o estado. Em 12 de Julho de 1859 foi promulgada a lei da nacionalização dos bens da Igreja; a 23 do mesmo mês a Lei do Matrimónio Civil; a 28 a Lei Orgânica do Registo Civil e a lei sobre o estado civil das pessoas; a 31 o decreto declarando o cessar da intervenção do clero nos cemitérios. A 11 de Agosto foram regulamentados os dias feriados e a proibição de assistência oficial às funções da igreja. Um ano mais tarde, a 4 de Dezembro de 1860 publicou-se a Lei da Liberdade de Culto. Este conjunto de leis deram início de uma nova era na política, economia e cultura do país.

Imperadores Astecas

Antonio José Silva do Vale

Itzcoatl foi o quarto imperador dos astecas governando de 1427 a 1440. Seu nome na língua náuatle significa serpente de obsidiana. Foi antecedido no cargo por Chimalpopoca e sucedido por Montezuma I.
Moctezuma I (1398 – 1469), também conhecido como Motecuhzoma Ilhuicamina, Huehuemotecuhzoma ou Montezuma I, foi o quinto imperador (tlatoani) asteca.
Axayácatl foi um monarca (tlatoani) do Império Asteca, entre 1469 a 1481. Era neto de Moctezuma Ilhuicamina. Com a morte do seu avô, recebeu em 1465, com 15 anos de idade, o bastão de chefia dos mexicas, mais conhecidos como astecas.
Em 1473, o rei de Tlaltelolcol, com o nome de Moquihuix, aliou-se aos Chalcas, e declaram guerra aos mexicas, também conhecidos por astecas. Axayácatl, defendendo os mexicas, entra em Tlaltelolcol e vence Moquihuix, e sacrificou-o no mercado de Tlaltelolcol. A cidade de Tlaltelolcol perdeu assim, a independência. Passou, então, a ser mais uma cidade do império asteca.
Entre 1473 e 1476 foram feitas varias invasões militares com o objectivo de estender o império asteca, tendo então, aumentado o número de povos submetidos a esse império. Em 1480 Axayácatl e os seus guerreiros perderam na guerra contra os Tarascos.
No ano de 1481, Axayácatl morreu. Axayácatl mandou esculpir a sua imagem em Chapultepec, morreu ao regressar dessa inauguração,pois estava doente.
Axayácatl casou com Azcaxóchitl, e tiveram três filhos. Dois rapazes, Moctezuma Xocoyótzin e Cuitláhuac, e uma rapariga, Tillalcápatl.

Feitos importantes:
Conquistou o Vale de Toluca Mandou trabalhar a “pedra do sol” hoje conhecida como calendário asteca.
Conquistou 37 povos; entre eles: Metepec, Ocoyoacac, Tlacotepec, Capulhuac, Calimayan, Tulucan, Juiquipilco, Tenancingo, Ocuilan, Tacalco, Mixtlan, Tuxpan, y Tetzapotitlán.
O Ahuízotl ("espinhoso d'água", em náhuatl) é um monstro antropófago das lendas e do folclore do México.
Segundo o Código Florentino, o ahuízotl tem o tamanho e a forma de um cão pequeno, pelo curto, orelhas pontudas, um corpo liso e uma cauda negra, de cuja ponta sai uma mão semelhante à humana. Segundo o padre e historiador Ángel María Garibay, o nome é formado or a(tl), "água"; huiz(tli), "espinho" (os pelos molhados lembrariam espinhos quando o animal sai da água e se sacode); e (y)otl, "semelhante". O tlatoani ("imperador") mexica que precedeu Motecuhzoma ou Montezuma e governou os astecas de 1486 a 1502 adotou Ahuízotl como seu nome e símbolo.
Alguns dizem também que o animal tem patas de macaco. Diz-se que o animal atrai as vítimas para a beira do lago com gritos que parecem o choro de uma criança e as agarra com a mão na ponta da cauda e as arrasta para as águas lamacentas onde vive. Também atrai pescadores fazendo peixes e rãs pularem, como se houvesse um peixe grande nas proximidades, e depois os agarra em seus botes.
Reconhece-se uma vítima do ahuízotl porque seu corpo retorna à superfície exatamente três dias depois, sem os olhos, dentes e unhas, devorados pelo monstro. Como esse monstro era considerado um servo de Tlaloc (deus da chuva), o corpo deveria ser retirado e sepultado por um sacerdote e considerado um sacrifício especial a esse deus, que levaria seu espírito para seu paraíso, o Tlalocan.
Não se conhece a origem da lenda, mas vários povos das Américas têm histórias análogas sobre animais perigosos que vivem em lagos e rios, que podem ser inspirados no castor, no gambá (tlacuache, em náhuatl), em alguma espécie de lontra (aizcuíntli, "cão d'água", na mesma língua), ou mesmo na ariranha (Pteronura brasiliensis) da América do Sul
Moctezuma II (também chamado Motecuhzoma Xocoyotzin) (1466-1520) foi um governante (tlatoani) asteca. Seu governo iniciou por volta de 1502 e findou em 1520.
Nota: - a grafia Montezuma, para designar este imperador, é a mais difundida. Diversas cidades norte-americanas, e uma no Brasil, têm este nome em homenagem ao Imperador Asteca - além de ter sido um nome adotado por muitos.
Algumas vezes é chamado apenas de Moctezuma. Montezuma é uma forma antiga de denominação, ao passo que Moctezuma tem sido usado pela língua espanhola. Motecuhzoma é seu nome original no idioma nahuatl, e significa "ele, que se torna governante por sua cólera". Vem da junção de mo = terceira pessoa (indicando posse); tecuhtli, "senhor"; e zoma, "zangado" ou "de olhar carrancudo". O uso de "segundo" é para distingui-lo de outro Moctezuma (chamado de Moctezuma I). Outra forma de diferenciá-los é que "Moctezuma I" era chamado Motecuhzoma Ilhuicamina (em nahuátl = "solitário que lança uma flecha ao céu"), enquanto "Moctezuma II" era chamado Motecuhzoma Xocoyotzin (Xocoyotzin significa "o honrado ").
Cuauhtémoc (1502 - 26 de fevereiro de 1525), também chamado Cuauhtemotzin ou Guatimozin, foi o último governador Asteca (Tlatoani) de Tenochtitlán e o último imperador asteca. Seu nome significa "águia que cai" na língua Nahuatl (cuauhtli significa águia; temoc, declinante) pode também ser interpretado como "sol se pondo".
Cuauhtémoc assumiu o poder em 1520, sucedendo Cuaitláhuac. Era sobrinho do imperador Moctezuma II, e sua jovem esposa era uma das filhas de Montezuma. Ascendeu ao trono quando sua cidade estava sendo sitiada pelos espanhóis e devastada por uma epidemia de varíola. Na época, tinha cerca de 18 anos. É provável que, após o massacre do templo principal de Tenochtitlán, poucos capitães astecas restavam.
Em 13 de agosto de 1521, Cuauhtémoc dirige-se ao campo para pedir Itzcoatl foi o quarto imperador dos astecas governando de 1427 a 1440. Seu nome na língua náuatle significa serpente de obsidiana. Foi antecedido no cargo por Chimalpopoca e sucedido por Montezuma I.
O Ahuízotl ("espinhoso d'água", em náhuatl) é um monstro antropófago das lendas e do folclore do México.
Segundo o Código Florentino, o ahuízotl tem o tamanho e a forma de um cão pequeno, pelo curto, orelhas pontudas, um corpo liso e uma cauda negra, de cuja ponta sai uma mão semelhante à humana. Segundo o padre e historiador Ángel María Garibay, o nome é formado or a(tl), "água"; huiz(tli), "espinho" (os pelos molhados lembrariam espinhos quando o animal sai da água e se sacode); e (y)otl, "semelhante". O tlatoani ("imperador") mexica que precedeu Motecuhzoma ou Montezuma e governou os astecas de 1486 a 1502 adotou Ahuízotl como seu nome e símbolo.
Alguns dizem também que o animal tem patas de macaco. Diz-se que o animal atrai as vítimas para a beira do lago com gritos que parecem o choro de uma criança e as agarra com a mão na ponta da cauda e as arrasta para as águas lamacentas onde vive. Também atrai pescadores fazendo peixes e rãs pularem, como se houvesse um peixe grande nas proximidades, e depois os agarra em seus botes.
Reconhece-se uma vítima do ahuízotl porque seu corpo retorna à superfície exatamente três dias depois, sem os olhos, dentes e unhas, devorados pelo monstro. Como esse monstro era considerado um servo de Tlaloc (deus da chuva), o corpo deveria ser retirado e sepultado por um sacerdote e considerado um sacrifício especial a esse deus, que levaria seu espírito para seu paraíso, o Tlalocan.
Não se conhece a origem da lenda, mas vários povos das Américas têm histórias análogas sobre animais perigosos que vivem em lagos e rios, que podem ser inspirados no castor, no gambá (tlacuache, em náhuatl), em alguma espécie de lontra (aizcuíntli, "cão d'água", na mesma língua), ou mesmo na ariranha (Pteronura brasiliensis) da América do Sul
Moctezuma II (também chamado Motecuhzoma Xocoyotzin) (1466-1520) foi um governante (tlatoani) asteca. Seu governo iniciou por volta de 1502 e findou em 1520.
Nota: - a grafia Montezuma, para designar este imperador, é a mais difundida. Diversas cidades norte-americanas, e uma no Brasil, têm este nome em homenagem ao Imperador Asteca - além de ter sido um nome adotado por muitos.
Algumas vezes é chamado apenas de Moctezuma. Montezuma é uma forma antiga de denominação, ao passo que Moctezuma tem sido usado pela língua espanhola. Motecuhzoma é seu nome original no idioma nahuatl, e significa "ele, que se torna governante por sua cólera". Vem da junção de mo = terceira pessoa (indicando posse); tecuhtli, "senhor"; e zoma, "zangado" ou "de olhar carrancudo". O uso de "segundo" é para distingui-lo de outro Moctezuma (chamado de Moctezuma I). Outra forma de diferenciá-los é que "Moctezuma I" era chamado Motecuhzoma Ilhuicamina (em nahuátl = "solitário que lança uma flecha ao céu"), enquanto "Moctezuma II" era chamado Motecuhzoma Xocoyotzin (Xocoyotzin significa "o honrado ").
Cuauhtémoc (1502 - 26 de fevereiro de 1525), também chamado Cuauhtemotzin ou Guatimozin, foi o último governador Asteca (Tlatoani) de Tenochtitlán e o último imperador asteca. Seu nome significa "águia que cai" na língua Nahuatl (cuauhtli significa águia; temoc, declinante) pode também ser interpretado como "sol se pondo".
Cuauhtémoc assumiu o poder em 1520, sucedendo Cuaitláhuac. Era sobrinho do imperador Moctezuma II, e sua jovem esposa era uma das filhas de Montezuma. Ascendeu ao trono quando sua cidade estava sendo sitiada pelos espanhóis e devastada por uma epidemia de varíola. Na época, tinha cerca de 18 anos. É provável que, após o massacre do templo principal de Tenochtitlán, poucos capitães astecas restavam.
Em 13 de agosto de 1521, Cuauhtémoc dirige-se ao campo para pedir reforços à decadente Tenochtitlán, após oito dias de contínuos de combate contra os espanhóis. De todos os Nahuas, apenas os Tlatelolcas permaneceram leais, e os Tenochcas sobreviventes procuraram refúgio em Tlatelolco, onde até mesmo as mulheres batalharam. Cuauhtémoc foi capturado enquanto, disfarçado, atravessava o Lago Texcoco. Ele rendeu-se a Hernán Cortés, oferecendo-lhe sua faca e pedindo para ser morto.

Maximiliano I de Mexico

Azereda Lamata Santos Pinto

Maximiliano de Habsburgo-Lorena (Viena, 6 de julho de 1832 — Santiago de Querétaro, 19 de junho de 1867) nasceu como arquiduque da Áustria e príncipe da Hungria e da Boêmia, mas renunciou a estes títulos para se tornar o imperador do México, encabeçando o Segundo Império Mexicano entre 1864 e 1867.
Fernando Maximiliano José de Habsburgo-Lorena nasceu no Palácio de Schönbrunn, na capital austríaca. Era o segundo filho varão do arquiduque Francisco Carlos e da princesa Sofia da Baviera. Entretanto, há boatos de que Maximiliano era, na verdade, filho biológico de Napoleão II (falecido em 1832), filho de Napoleão Bonaparte e de sua segunda esposa, Maria Luísa da Áustria.
Sofia e Napoleão II, titulado como duque de Reichstadt, tinham uma amizade íntima que provocou rumores na corte, os quais a arquiduquesa jamais se preocupou desmentir. Quando ela engravidou pela segunda vez, Napoleão II morreu de tuberculose.
Em Trieste, Maximiliano foi marinheiro por vários anos, vivendo bastante tempo em alto-mar; colaborou no triunfo de sua nação na guerra contra a Itália. Tendo conhecido a princesa D. Maria Amélia de Bragança, filha de D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) e D. Amélia de Leuchtemberg, ele teria planejado um matrimônio, mas D. Maria Amélia faleceu precocemente na Ilha da Madeira, em 1853. De luto com esta perda, Maximiliano passou a usar um anel contendo um cacho de cabelo da falecida princesa.
Em 27 de julho de 1857, Maximiliano contraiu matrimônio com Carlota da Bélgica, a única filha do rei Leopoldo I. O casamento, contudo, só ocorreu por interesses econômicos, pois ele precisava urgentemente de dinheiro para pagar suas dívidas da construção de um castelo em Trieste, na costa do mar Adriático. Para isso, utilizou o dote de Carlota.
Leopoldo I pressionou o imperador Francisco José I, irmão de seu genro, para que concedesse a Maximiliano o cargo de vice-rei do Reino Lombardo-Vêneto. Assim, ele completaria suas ambições dinásticas para sua filha. Viveram então na cidade de Milão até 1859, quando o imperador retirou-o do posto porque os planos de guerra não estavam nos ideais liberais de Maximiliano. Pouco a pouco, a Áustria-Hungria perdeu suas possessões na Itália, e o arquiduque decidiu retirar-se da vida pública em seu castelo de Miramar.
A Aventura de Maximiliano de Habsburgo - como foi chamada no México - não passou de um triste episódio de interesses criados, ingenuidade e desespero. Os conservadores viram em sua pessoa a possibilidade de manter um sistema político que lhes era cômodo e que lhes parecia seguro por contar com o apoio da França, da Inglaterra e da Santa Sé. O arquiduque austríaco, por sua vez, de certo modo condenado a ser sempre o irmão do imperador da Áustria, aceitou o papel que lhe era oferecido desempenhar em um país completamente desconhecido para ele e submerso numa profunda crise política.
Devido a suas tendências liberais, logo perdeu o apoio dos conservadores. Foi alvo da hostilidade dos seguidores de Benito Juárez, os republicanos, ao ordenar a execução sumária de seus líderes (1865). A única proteção de Maximiliano era a presença de tropas francesas; quando estas se retiraram (1866-1867), ele assumiu pessoalmente o comando de seus soldados. Após um cerco em Santiago de Querétaro, foi capturado, aprisionado, julgado por uma corte marcial e fuzilado juntamente com seus generais Tomás Mejía e Miguel Miramón.
Com sua morte, a pretensão ao trono mexicano foi reivindicada por dois ramos distintos. Os Habsburgo-Itúrbide, por adoção dos netos do primeiro imperador do México Agustín de Iturbide, e outro ramo os Habsburgo-Gueroust.

Tenochtitlan

Antonio Carlos Santos Lima

Tenochtitlán era a capital do império azteca (também conhecido como povo mexica), fundada em 1344 numa ilha do lago Texcoco, onde hoje é o México central. Era uma cidade de cerca de 250 mil habitantes com belíssimos monumentos, jardins, palácios, templos e mercados. O historiador Oscar Monchito, um dos maiores especialistas modernos no assunto, assegura que a antiga capital contava com seguramente mais de 500 000 habitantes e provavelmente menos que 1 000 000. À época da conquista era maior que qualquer outra cidade americana, e na Europa somente Roma, Paris, Veneza e Constantinopla eram maiores. Era muito organizada e estruturada, cujas características admiraram os conquistadores espanhóis – que constataram que a civilização asteca não era tão primitiva como era considerada na Europa.
A maior parte da cidade foi severamente destruída na década de 1520 pelos conquistadores e a Cidade do México foi erguida sobre as suas ruínas. Com efeito, pelo facto daquela cidade se encontrar numa ilha, o crescimento da Cidade do México até os dias de hoje foi conseguido através da sustentação da superfície com estacas de madeira — técnica semelhante àquela utilizada para erguer o actual Terreiro do Paço, em Lisboa. Ainda hoje há locais na cidade onde se podem observar essas estacas; um desses locais é o Museu Nacional de Antropologia, considerado um dos mais completos de toda a América Latina.
A água chegava à cidade por dois aquedutos que se contruíram abaixo da estrada real. Tenochtitlán não era um centro comercial ou/e industrial e a população vivia a custa de impostos extraídos das tribos conquistadas.

O escudo nacional mexicano

Ana Caroline F. Dias Sousa

Brasão de Armas, Bandeira e Hino Nacional são símbolos do México. As origens do nosso escudo são muito antigas e os seus elementos foram mudando ao longo do tempo. Sua foto principal, a água, está presente na mitologia dos habitantes da Mesoamérica, principalmente esculpidas em pedra e parede, pinturas.
Os Mexicas acreditavam que o sol, o Deus que deu luz e vida, tornou-se águia e saiu para caçar estrelas. Este majestoso pássaro voava diariamente de leste a oeste, os combatia durante a noite e renascia vitoriosa, mas para alcançá-la, tinha que comer a tuna, o fruto da figueira-da-india, o que por sua vez representou para si o coração humano.
Por essa razão, varias esculturas pré-hispanicas e códices, frequentemente aparecem com uma águia e uma tuna entre suas garras. Esta imagem estava presente sempre na consciência dos povos indígenas, mesmo muito tempo depois da conquista espanhola consumada.
Os missionários e conquistadores, em seu zelo para evangelizar os índios e convertê-los ao catolicismo, deu-lhes um novo rumo para o significado do escudo. Para conseguir isto, eles mudaram a figura da tuna por uma cobra. Ao fazê-lo, eles tentaram simbolizar a luta entre o bem (o sol) e o mal (a serpente).
Durante a guerra de Independência, a águia foi utilizada em diversas bandeiras dos insurrectos, como o general José Maria Morelos y Pavon. No final do movimento de Independência. O soberano provisório da administração ordenou, em 2 de novembro de 1821, a utilização de um escudo nacional com as armas que incluía uma águia com a coroa imperial, parada sobre uma figueira-da-india.
Com isso, outros elementos foram introduzidos no brasão nacional, o ramo de louro que simboliza a vitória, o de carvalho que representa a força. Desde então, a posição da águia mudou. Apareceu na frente, de perfil, de esquerda ou de direita e três quartos, de acordo com a posição política ou ideológica de pessoas que usam o escudo. A coroa foi incorporada em casos esporádicos: a 10 de abril de 1865, por exemplo, o imperador Maximiliano ordenou que usassem um escudo com uma águia na frente e com a coroa do império sobre a cabeça.
Mais tarde, em 30 de dezembro de 1867, o Presidente Porfírio Diaz ordenou que a águia seja representada de frente, com as asas abertas majestosamente, ao estilo francês que dominou aquele período. Algum tempo depois, o tgriunfo da revolução, Venustiano Carranza tentava resgatar os origens indígenas do escudo nacional e emitiu um decreto em 20 de setembro de 1916, que estipulava que a águia deveria estar representada de perfil a esquerda, parada sobre um nopal a partir de uma rocha e rodeada por água com ramos de louro e carvalho na parte inferior.
Um ramo de carvalho e um louro formam um semicírculo inferior unidos por uma barra dividida em três escalões, que representa o escudo nacional em cores correspondente às da bandeira nacional.
O modelo para este escudo que se usa atualmente, foi traçado pelo pintor Francisco Eppens Helquera e após ser aprovado por todos os três Poderes da União, (executivo, legislativo e judiciário), foi depositado no Arquivo Geral Nacional no Museu Nacional de Historia no Castelo de Chapultepec.
Para reforçar o uso do símbolo nacional, em 1983 o presidente Miguel de la Madrid Hurtado emite a Lei sobre o Escudo, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional. Atualmente qualquer reprodução do brasão nacional tem de ser fiel ao modelo concebido pelo pintor potosino Eppens. O escudo só pode ser utilizado em moedas, medalhas e carimbos oficiais, e é proibido o uso em documentos particulares. Apenas ele pode aparecer na expressão “Estados Unidos Mexicanos”. O brasão simboliza a união como mexicanos e as raízes.

Astecas

Flavio Fernando Ribeiro

Os astecas (1325 até 1521) foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México. Na sucessão de povos mesoamericanos que deram origem a essa civilização destacam-se os toltecas, por suas conquistas civilizatórias, florescendo entre o século X e o século XII seguidos pelos chichimecas imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a queda do Império Tolteca.
Os astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Fernando Cortez.
O idioma asteca era o náhuatl.
História
O controle político do populoso e fértil vale do México ficou confuso após 1100. Gradualmente, os astecas, uma tribo do norte, assumiram o poder depois de 1200. Os astecas eram um povo indígena da América do Norte, pertencente ao grupo nahua. Os astecas também podem ser chamados de mexicas (daí México). Migraram para o vale do México (ou Anahuác) no princípio do século XIII e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco (depois todo drenado pelos espanhóis), seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra. A partir dessa base formaram uma aliança com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale durante o século XV, quando controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do século XVI, seus domínios se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.
Os astecas, que atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma monarquia eletiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico).
Ao estudar a cultura asteca, deve-se prestar especial atenção a três aspectos: a religião, que demandava sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao deus da guerra, Huitzilopochtli; a tecnologia avançada, como a utilização eficiente das chinampas (ilhas artificiais construídas no lago, com canais divisórios) e a vasta rede de comércio e sistema de administração tributária.
Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum. Os corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus. A economia asteca estava baseada primordialmente no milho, e as pessoas acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios.
Durante os tempos de paz, "guerras" eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com clavas de madeira para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se nas clavas uma lâmina de obsidiana.
Sua civilização teve um fim abrupto com a chegada dos espanhóis no começo do século XVI. Tornaram-se aliados de Cortés em 1519. O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do deus Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
A Sociedade
A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros — como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente (xocoatl) era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também, escravos (tlacotin).
Havia, na ordem, começando do plano mais baixo:
Escravos - maceualli ou calpulli (membro do clã) - artesãos e comerciantes - pochtecas (grandes comerciantes) - sacerdotes, dignitários civis e militares.
A religião
Eram politeístas (acreditavam em varios deuses) e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar.
Sacrifícios feitos:
Dedicado a Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía, com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu deus;
Dedicado a Tlaloc: anualmente eram sacrificados crianças no cume da montanha. Acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais chuva o deus proveria.
No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. Observações astronômicas estudo dos calendários fazia parte do conhecimento dos sacerdotes.
O deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. Segundo o divulgado pelos conquistadores o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais e de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da religião com a medicina encontraremos um sem número de ritos.
Há referências a um deus sem face, invisível e impalpável, desprovido de história mítica para quem o rei de Texoco, Nezaucoyoatl mandou fazer um templo sem ídolos, apenas uma torre. Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".
A medicina
As contribuições da antropologia médica situam o conhecimento mítico religioso como formas de racionalidade médica se se constitui como um sistema lógico e teoricamente estruturado, que tenha como condição necessária e suficiente para ser considerado como tal, a presença dos seguintes elementos: 1. Uma morfologia (concepção anatômica); 2. Uma dinâmica vital ( "fisiologia") ; 3. Um sistema de diagnósticos; 4. Um sistema de intervenções terapêuticas; 5. Uma doutrina médica (cosmologia).
Pelo menos parcialmente preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
A dinâmica vital da relação tonal (tonalli) – nagual (naualli) ou explicações do efeito de plantas medicinais são pouco conhecidos contudo o sistema de intervenções terapêuticas através de plantas medicinais, dietas, ritos são evidentes. A doutrina médica tradicional por sua vez, também não é bem conhecida.
No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas: Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (nagual); Agressões ou perda do tonal; e influências nefastas de espíritos (ares).
Em relação a esse conjunto de patologias, os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e possibilidade de intervenção por sua intercessão. Tlaloc estava associado aos ares e doenças do frio e da pele (úlceras, lepra) e hidropsia; Ciuapipiltin às convulsões e paralisia; Tlazolteotl às doenças do amor que inclusive causavam a morte (tlazolmiquiztli ); Ixtlilton curava as crianças; Lume, ajudava as parturientes; Xipe Totec era o responsável pelas oftalmias.
Plantas & Técnicas
O tabaco e o incenso vegetal (copalli) estava presente em suas práticas. Seus ticitl (médicos feiticeiros) em nome dos Deuses realizavam ritos de cura com plantas que contém substâncias psicodélicas (Lophophora willamsii ou peiote; Psylocybe mexicana, Stropharia cubensis - cogumelos com psilocibina; Ipomoea violacea e Rivea coribosa - oololiuhqui) que ensinam a causa das doenças, mostram a presença de tonal (tonalli), e sofrimentos infligidos ao duplo animal ou nagual (naualli) os casos de enfeitiçamento ou castigo dos deuses.
Entre os remédios mais conhecidos estava a alimentação dos doentes com dietas a base de milho, passiflora (quanenepilli), o bálsamo do peru, a raiz de jalapa, a salsaparrilha (iztacpatli / psoralea) a valeriana entre centenas de outras registradas em códices escritos dos quais nos sobraram fragmentos.

Civilização Maia

João Felipe Costa Rodrigues

A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, com uma rica história de 3000 anos. Contrariando a crença popular, o povo maia nunca "desapareceu", pois milhões ainda vivem na mesma região e muitos deles ainda falam alguns dialetos da língua original. Este artigo discorre principalmente sobre a civilização maia antes da conquista espanhola.
Origem
As evidências arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua arquitetura cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana pré-clássica vizinha dos olmecas. Os olmecas e os maias antigos parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides erguidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na península de Iucatã, na Guatemala e em outras regiões.
Os maias construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán e Calakmul, e também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área. Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias, associações e mesmo rápidos períodos de suserania. Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias as chamam de tetún, ou "três pedras"), monolitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, sua genealogia, seus feitos de guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres hieroglíficos.
Os maias tinham economia preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.
Decadência da civilização maia
Nos séculos VIII e IX a cultura maia clássica entrou em decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais. A guerra, o esgotamento das terras agrícolas e a seca, ou ainda a combinação destes fatores são freqüentemente sugeridos como os motivos da decadência.
Existem evidências de uma era final em que a violência se expandia: cidades amplas e abertas foram então fortemente guarnecidas por muradas, às vezes visivelmente construídas às pressas. Teoriza-se também com revoltas sociais em que classes campesinas acabaram se revoltando contra a elite urbana nas terras baixas centrais.
Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias desta área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e famoso trabalho de historiografia e mitologia maias, o "Popol Vuh"

Chichimecas
Lais A. Magalhaes

Chichimecas era o nome genérico dado pelos mexicas (astecas) a vários povos semi-nómadas que habitavam o norte do que é hoje o México, com o mesmo sentido do termo europeu bárbaros. O nome foi adoptado pelos espanhóis com um tom pejorativo para referirem-se sobretudo aos povos semi-nómadas caçadores-colectores do norte do México. Na actualidade apenas um grupo étnico é designado como chichimeca, os Chichimecas Jonáz, apesar de ultimamente esta designação estar a ser substituída por Jonáz ou pelo pelo qual se referem a si mesmos "Úza".
Identidade
Os povos chichimecas eram de facto muitos grupos diferentes com várias afiliações étnicas e linguísticas. À medida que os espanhóis tratavam de consolidar o poder da Nova Espanha sobre os povos indígenas mexicanos durante os séculos XVI e XVII, as tribos chichimecas resistiam. Vários grupos étnicos da região aliaram-se contra os espanhóis, e a colonização militar do norte do México que se seguiu ficou conhecida como a Guerra Chichimeca. Muitos dos povos ditos chichimecas são virtualmente desconhecidos na actualidade; poucas descrições os mencionam e parecem ter sido absorvidos na cultura mestiza ou por outros grupos étnicos indígenas. Por exemplo, não se conhece quase nada sobre os povos referidos como guachichiles, caxcanes, zacatecos, tecuexes ou guamares. Outros como os opatas, estão bem descritos, mas extintos como povo.
Outros povos chichimecas mantêm até hoje uma identidade separada, como por exemplo os otomis, chichimeca jonáz, coras, huicholes, pames, yaquís, mayos, e tepehuanos.
Etimologia
O nome náuatle Chīchīmēcah (plural, singular Chīchīmēcatl pronunciad, significa habitantes de Chichiman; o topónimo Chichiman significa "Área de Leite". Há quem diga que está relacionado com chichi, cão, mas os i's em chichi são curtos, enquanto que aqueles em Chīchīmēcah são longos, uma distinção fonémica em náuatle.[1] O termo poderia ter quer um sentido negativo de bárbaro, ou um sentido positivo de bom selvagem.[2]
A palavra "Chichimeca" foi originalmente usada pelos nahuas para descrever a sua própria pré-história como povo nómada de caçadores-colectores e usada em contraste com o seu modo de vida posterior, mais civilizado, que identificavam com o termo toltecatl.
Descrições etno-históricas
As primeiras descrições de chichimecas pertencem ao período inicial da conquista espanhola. Em 1562, Hernán Cortés escreve numa das suas cartas sobre as tribos chichimecas nortenhas, que estas não eram tão civilizadas como os astecas que ele havia derrotado, comentando no entanto, que podiam ser escravizados e usados nos trabalhos das minas.
Esta abordagem foi seguida por Nuño Beltrán de Guzmán cujas tentativas de escravizar as populações indígenas do norte do México provocaram a Rebelião Mixtón na qual as tribos chichimecas se opuseram às forças espanholas.
Em finais do século XVI, Gonzalo de las Casas, que havia recebido uma encomienda próximo de Durango e que participou nas guerras contra os povos chichimecas, escreveu uma descrição dos povos chichimecas, a qual continha informação etnográfica sobre eles. Escreveu que não usavam roupas (apenas cobriam os órgãos genitais), pintavam os corpos e comiam apenas caça, raízes e bagas. Como prova adicional do seu barbarismo, escreve que as mulheres chichimecas, após darem à luz continuavam viagem nesse mesmo dia, sem pararem para recuperar-se.[4] Apesar de Las Casas reconhecer que as tribos chichimecas falavam línguas distintas, ele via a sua cultura como sendo basicamente uniforme.
Em 1590, o padre franciscano Alonso Ponce, comentou que os chichimecas não tinham religião porque não adoravam sequer ídolos como os outros povos - aos seus olhos este era ainda outro sintoma da sua natureza bárbara. A única descrição dos chichimecas que foge a esta regra pode ser econtrada na obra de Bernardino de Sahagún Historia general de las cosas de Nueva España, na qual alguns povos chichimecas como os otomis são descritos como conhecedores da agricultura, vivendo em comunidades sedentárias, e seguidores de uma religião dedicada ao culto da Lua.
A imagem dos chichimecas conforme descrita pelas fontes mais antigas era típica da sua época; os nativos eram "selvagens" - capazes nas artes da caça e da guerra, mas sem sociedades ou moral estabelecidas, lutando mesmo entre si próprios. Esta descrição tornou-se ainda mais predominante durante as guerras chichimecas como justificação para a guerra (apenas em 1721 a região chichimeca ficaria na sua totalidade sob controlo espanhol).
A primeira descrição etnográfica moderna e objectiva dos povos habitantes de La Gran Chichimeca foi levada a cabo pelo naturalista e explorador norueguês Carl Sofus Lumholtz em 1890, durante uma viagem pelo noroeste do México, durante a qual se encontrou com os povos indígenas de modo amigável. Com as suas descrições das ricas e diversas culturas das tribos "incivilizadas", foi alterada a imagem uniforme dos chichimecas bárbaros.

Hernán Cortés

Maria José Sousa Lima

Hernán Cortés Monroy Pizarro Altamirano, primeiro marquês do Vale de Oaxaca, (Medellín, Extremadura, 1485 — Castilleja de la Cuesta, Andaluzia, 2 de dezembro de 1547) foi um conquistador e explorador espanhol. Conquistou o centro do atual território do México a favor da coroa espanhola.
Filho único de Martín Cortés e Catalina Pizarro Altamirano, era aparentado, por parte da mãe, com Francisco Pizarro, que mais tarde conquistaria o Império Inca (no atual Peru) e que não deve ser confundido com o Francisco Pizarro que ajudou Cortez na luta contra os astecas.
Cortés partiu da Havana no dia 10 de fevereiro de 1519. Quando chegou ao México, Montezuma, imperador dos astecas, acreditou que era o Deus Quetzalcoatl que voltava do exílio para vingar-se. A chegada de Cortés ao México em 1519 coincidiu com a data precisa do calendário maia que indicava a chegada de Quetzalcoatl para reclamar a cidade de Tenochtitlán.
Empenhado em conquistar o Império Asteca, o estremenho queimou as naves para não voltar atrás, desafiou o governador de Cuba, Diego Velázquez, e neutralizou a frota enviada contra ele liderada por Pánfilo de Narváez. Auxiliado por sua amante nativa Marina de Viluta, alcunhada La Malinche, fez pactos com os povos inimigos dos Astecas e criou uma rede de alianças que assegurou sua vitória em Otumba e a tomada de Tenochtitlan. O imperador Carlos V, rei da Espanha como Carlos I, o ratificou como capitão-general mas lhe arrebatou o poder político, que coube ao primeiro vice-rei, Antonio de Mendoza.
Cortés entrou em 9 de novembro de 1519 na cidade de Tenochtitlán depois de ter fundado Vera Cruz. Em 1520 aconteceu a chamada Noite Triste (de 30 de junho a 1 de julho de 1520), com a morte de Montezuma, que, segundo cortés, foi atingido por uma pedra quando tentava acalmar seu povo, acabou morrendo três dias depois em razão do ferimento. Em 1522, Cortés venceu os Astecas e destruiu Tenochtitlan, quando ele foi, ao mesmo tempo, governador e capitão-general. Em 1525, foi executado o último rei asteca, Cuauhtemoc que era sobrinho de Cuitlahuac, este que era irmão de Montezuma II. Carlos I, porém, não estava satisfeito com ele e o criticou. Em 1527, a Audiência do México assumiu o poder político e em 1535 foi estabelecido um vice-reinado.

México/demografia

João Baptista da Silva

O México chegará aos 107,5 milhões de habitantes em finais de 2008, com 1,96 milhões de nascimentos, o que representa uma taxa de crescimento total de 0,82 por cento em face de 2007, anunciou o Conselho Nacional de População (Conapo).
Calcula-se que no próximo ano o México terá uma taxa de natalidade de 18,3 nascimentos por cada mil habitantes, disse a Conapo num comunicado sobre as projeções para 2008.
A taxa de crescimento total do país durante 2008 estima-se em 0,82 por cento, com uma taxa global de fecundidade de 2,1 filhos por mulher, adiantou.
A instituição calcula que durante o próximo ano emigrarão para outro país 557.000 mexicanos.

Alhondiga de Granaditas

Larice A. Magalhães

Alhóndiga de Granaditas é um armazém velho de grão situado na cidade mexicana de Guanajuato. Este edifício histórico foi construído copmo0 a recolocação da precedente alhóndiga situada ao lado do rio da cidade. Foi construído entre anos 1798 e 1809, por ordens de Juan Antonio de Riaño e Bárcena, espanhol peninsular de que era o intendente da cidade o Virreinato da Nova Espanha.
Após a queda dos primeiros lideres insurgentes, para o fim de 1811, as cabeças de Miguel Hidalgo y Costilla, Ignácio Allende, Juan Aldama, e Mariano Jimenez foram pendurados em cada dos cantos do Alhóndiga, como lição para aqueles que se rebelam ante as forças espanholas. As cabeças destes heróis da pátria permaneceram penduradas durante nove anos e oito meses até a consumação da independência, de onde foram levadas à cidade de México e enterradas com honras. No momento ainda estão as hastes de aço onde as cabeças dos insurgentes estiveram penduradas.
A Nova Espanha (em castelhano Nueva España) foi um vice-reino que se estendia desde os estados de Arizona, Califórnia, Colorado, Nevada, Novo México e Utah nos Estados Unidos até à Costa Rica na América Central, tendo como capital a Cidade do México. Existiu de 1535 a 1821. A Nova Espanha não só administrava as terras compreendidas entre estes limites, mas também o arquipélago das Filipinas na Ásia. Depois da derrota do exercito espanhol pelas tropas de Agustín de Iturbide e Vicente Guerrero, todo o território com (exceção do arquipélago asiático) passaram a formar parte do Império Mexicano a partir de 28 de Setembro de 1821.

Xochimilco

Daniel Cardoso de Brito

Xochimilco é uma das 16 delegações no Distrito Federal Mexicano. Localiza-se a sul da Cidade do México. Faz fronteira a norte com Coyoacán, Tlalpan e Iztalapa; a oeste com Tláhuac; e a sudoeste com Milpa Alpa. Cobre uma área de 122 km²; é a terceira maior delegação.
Xochimilco é mais bem conhecida pela sua extensa rede de canais - tudo o que resta do antigo Lago Xochimilco. Xochimilco mantém as suas antigas tradições. Filmes como María Candelaria (1940) deram uma reputação romântica à área, onde todos os habitantes viajam em coloridas trajineras (barcos de Xochimilco) entre chinampas cobertas de flores.
Actualmente, a agricultura é uma atividade importante, mas menor. A Chinampería (atividades relacionadas com as chinampas) foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1987.
Lago Xochimilco
O Lago Xochimilco é um antigo lago endorréico localizado no Vale do México, e faz parte de uma série de lagos que incluem lago Texcoco, lago Zumpango, e lago Xaltocan e lago Chalco. Estes lagos estão relacionados com muitas culturas mesoamericanas incluindo os teotihuacanos, os toltecas, e os astecas.
Os cinco lagos do Vale do México praticamente desapareceram devido às obras de drenagem para evitar inundações na Cidade do México. Apenas os canais de Xochimilco restam do lago original.
Canais de Xochimilco
Os canais de Xochimilco, que é tudo que sobrou das extensas chinampas, são agora uma atração turística popular, atraindo muitas pessoas às suas margens. Os canais são particularmente populares nos finais de semana e feriados, quando muitas famílias mexicanas e turistas alugam barcos, que podem incluir serviços de música e comida.
Chinampa
Chinampa é um tipo de canteiro flutuante construído de madeira trançada sobre áreas lacustres, nos quais se realizava o cultivo de algumas plantas. A técnica foi utilizada por civilizações mesoamericanas.
Características
Construídos a partir de pilares martelados no fundo do lago e interligados com esteiras de vime e galhos de árvores, os chinampas permaneciam presos ao fundo com a ajuda de pesadas pedras. A lama do próprio lago era utilizada para preencher os canteiros. Para evitar que os jardins fossem levados pela água, chorões eram plantados em sua volta, de forma que suas raízes impediam o deslizamento da terra.

Huicholes

Bernardo Alves Barbosa Junior

Os huicholes são um grupo étnico indígena do México centro-ocidental que habitam a Sierra Madre Occidental nos estados de Nayarit e Jalisco. Devido ao isolamento e resistência à evangelização em que deliberadamente há muito vivem, mantêm muitos dos seus traços culturais originais. Autodenominam-se "Wixáritari" (o povo) na sua língua nativa que chamam "Wixárika".
Geografia e demografia
Os huicholes afirmam serem originários do estado de San Luis Potosí, donde migraram em direção a oeste para partes de Durango, Jalisco, Zacatecas e Nayarit onde se situa a acidentada Sierra Huichol.
Uma vez por ano alguns huicholes viajam até San Luis Potosí, a sua terra ancestral, para as cerimônias rituais com peiote chamadas mitote. As três principais comunidades huicholes situam-se no município de Mezquitic, Jalisco e são: San Sebastián Teponohuastlan (Wautüa em huichol), Santa María Cuexcomatitlán (Tuapuri em huichol) e San Andrés Cohamiata (Tatei Kié em huichol). Outras comunidades huicholes incluem Guadalupe Ocotán (Nayarit), Santa Catarina e Tuxpan de Bolaños (Jalisco). No entanto, apenas cerca de 7 000 huicholes vivem na sua região enquanto que cerca de 13 000 migraram para outros locais no México e outros ainda vivem em comunidades coras na Mesa del Nayar
História
Os huicholes e as tribos chichimecas suas vizinhas, como os coras, pames, tepehuanos, participaram na chamada revolta mixtón contra as forças de Nuño Beltran de Guzmán. Só foram definitivamente conquistados em finais do século XVII. Os coras resistiram até 1722.
Sociedade
Mas mesmo após a "conquista" os huicholes e os coras agarraram-se aos seus costumes tradicionais modificando-os de forma a ajustarem-se à nova situação política. Em grande medida mantiveram até hoje a sua estrutura política indígena baseada nos centros cerimoniais (tukipa) dirigidos por líderes chamados kawiterutsixi (aqueles que tudo conhecem). A maior parte dos huicholes vive duma agricultura de subsistência.
Religião
A trindade sagrada pode ser vista nas pinturas com fios huichol: peiote verde, barba amarela de milho, e o Veado Azul, ou anjo enganador.
A sua religião gira à volta de quatro divindades principais: a trindade do Milho, Veado Azul e Peiote e a Águia, todos descendentes do Deus Sol, "Tao Jreeku". A maioria dos huicholes mantém as crenças tradicionais e é resistente à mudança.
Língua
A língua huichol, wixarika, é uma língua uto-asteca, do ramo corachol aparentada com a língua cora.
Pinturas de fios
Nas comunidades huicholes tradicionais, um importante artefacto ritual é o nieli'ka. Trata-se de um pequeno quadro redondo ou quadrado com um buraco no centro, revestido num ou em ambos os lados com uma mistura de resina de pinheiro e cera de abelha, contra a qual os fios de tecido são pressionados. Estes artefatos encontram-se na maior parte dos locais sagrados para os huicholes como santuários domésticos (xiriki), templos, nascentes e grutas.